quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Escola para formar ignorantes.


Gostaria de começar esse texto com alguns palavrões. Pensei bastante para chegar a conclusão de que nem o pior deles me deixaria mais tranquila. Quando penso na EDUCAÇÃO NO BRASIL fico basicamente extremamente revoltada! Quem não fica, me desculpe, mas é um belo ignorante.

Quem planeja a educção nesse país? Recuso-me a acreditar que seja alguém que saiba ao menos ler e escrever. Está tudo errado! Para começar não se tem investimento em educação básica (aquela que nos dá, como já diz o nome, a base de nosso conhecimento). Vemos belas propagandas de como o Estado está investindo na educação mas quem tem um certo conhecimento sobre o assunto sabe que é tudo mascarado. Primeiro, do que adianta comprar novas mesas se os alunos são tão bem educados que em duas semanas essas mesas estarão em pedaços? Ok, continuando: os alunos são obrigados a serem aprovados. Isso é absurdo. A escola não pode mais reprovar aquele que não tem capacidade de seguir para a próxima série. Sim, fatores externos regem isso aí (talvez o Brasil necessite de um certo nível de aprovação dos estudantes para ser considerado um país confiável - pesquise no google e entenderá do que estou falando), mas é ridículo. Se é exigido aprovação, então que melhorem o ensino para que esses alunos passem por mérito.


Alguém consegue enxergar que o problema da educação nesse país é cíclico? Vamos lá: o aluno, mal preparado, termina o ensino médio (segundo grau e por aí vai... esses nomes mudam tanto que me perco). O que acontece? Não tem a devida formação para chegar ao ensino superior, entrar em uma faculdade, se graduar. O que nossos gênios do planejamento educacional fazem? Ao invés de investir na melhoria do ensino, criam cotas (ou quotas, para quem preferir) nos cursos para negros e alunos de escola pública. Aí eu te pergunto: não temos uma constituição que diz que somos todos iguais? Você poderia discursar dizendo que há muita desigualdade e talz, e acredite, qualquer um com o mínimo de informação e com um posicionamente diferente do seu é capaz de desbancar tal discurso. Então, o que acontece? Esses alunos chegam à faculdade sem o mínimo de conhecimento exigido e não conseguem acompanhar o curso. A desistência é grande. Para manter os alunos nos seus cursos o nível do ensino cai, já que o professor procurará igualar o nível de conhecimento de seus alunos, ou seja, irá lá embaixo, explicando um conteúdo que teoricamente aquele aluno já deveria saber.


Para ser mais direta, o que quero dizer é que de nada adiantam tantas medidas "bonitas" na visão da opinião pública, sendo que o resultado final é catastrófico. Não adianta reformar a escola e não dar apoio para o professor (sim, professores ganham uma merreca*), não adianta colocar mais alunos na escola sendo que suas famílias pensam que a responsabilidade de toda a educação dessas crianças é da escola. A escola necessita de um trabalho conjunto com a família; a formação escolar é bem diferente da educação que deveríamos receber em casa. O que acontece? A família brasileira está cada vez mais desestruturada, o que culmina em idiotas-em-sala-de-aula que não sabem o que significa RESPEITO (desculpe, mas estou sendo sincera).


A questão da educação é um problema social terrível: voltando à questão cíclica da coisa, os mais espertos já devem ter percebido que péssimos profissionais serão formados nas faculdades e o impacto disso na sociedade não é nada agradável.


* Professores ganham mal e são muito cobrados. Levam muito trabalho para casa, de dois cargos, já que com apenas um eles passam fome, e seu salário não permite pagar um ajudante para as questões domésticas. O professor, assim, não tem tempo de se atualizar, de se manter informado. Cada vez mais ficam doentes por excesso de trabalho. O convênio de saúde que têm, ao menos no meu estado (Minas Gerais), é uma porcaria. É uma terrível burocracia para se afastarem para tratamento de saúde e, quando conseguem, têm um enorme desconto em seu ínfimo salário. Ou seja, muitos vão trabalhar doentes porque não podem se dar ao luxo de ter um desconto em sua folha de pagamento. E não se iluda: os auxílios que são divulgados, tais como ajuda transporte e pó-de-giz, são ínfimos, diria até, ridículos, motivo de piada (isso enquanto nossos políticos recebem auxílio-paletó). Professores desmotivados e sem apoio são incapazes de dar uma boa aula.

13 comentários:

  1. Olá amiguinha.
    Infelizmente estou muito incluida no assunto tratado.
    Acabo de concluir o ensino médio, e o que mais aprendi até hoje foi em casa :/
    Realmente não dá pra ser pior. A estrutura das escolas é péssima,o que não estimula alunos nem professores a trabalharem no espaço.
    Além do que...para o governo não interessa formar cidadaos criticos ou ao menos alfabetizados.
    É uma lastimavel realidade.
    Também tenho uma irmã que é professora, ou melhor, era já que a profissão exige muito e "devolve" pouco ao profissional.Abandonou o diploma.
    Ufa!!

    ResponderExcluir
  2. Tem toda razão, sou professora e assino embaixo, valeu!!
    Beijinhos!!

    ResponderExcluir
  3. justamente,aqui no brasil as medidas governamentais são feitas para remediar "consequência' e não as "causas" dos problemas,mas isso é um problema que já vem sendo dsicutido(isso mesmo SÓ discutido).

    ResponderExcluir
  4. Ah é...não têm estimulo mesmo!
    Mas o que você pretende fazer (ou faz?)
    Eu escolhi uma coisa que não tivesse a menor possibilidade de dar aulas ARGH!
    E mesmo assim, adoro História =)

    ResponderExcluir
  5. Ah que pena...
    Mas então, concordo que é indispensável (além de prazeroso) ter conhecimento de história.
    Aqui onde eu moro é um problema pra trabalhar!
    Unica coisa facil é dar aula (cidade elitizada...)Mas, escolho entre Jornalismo (pois é!) e Nutrição.Sei, nada ver uma coisa com a outra, mas gosto de ambos! Pretendo fazer os dois, só não sei em que ordem =)

    ResponderExcluir
  6. AH sim...mas eu gosto disso também.Tenho orgulho dessa vontade de aprender tudo,é legal!
    A universidade estadual daqui tem pouquissimos cursos,por isso minha irmã tornou-se professora :/
    Mas agora tem Prouni e estas outras coisas, eu posso fazer uma faculdade privada ;)
    Queria também estudar algo referente à literatura =)

    ResponderExcluir
  7. Aqui no Brasil, quem quer aprender tem que pagar.
    Acho as cotas o maior sinal de preconceito que existe ...

    Terminei o 3º ano e o local onde mais aprendi foi no curso técnico de informática, pois lá eles ensinam, e nas escolas públicas eles enganam .

    http://sombradaamendoeira.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  8. Oi Dinah, infelizmente ninguém liga para educação. E sem educação como ser respeitado?
    na minha opinião, professores deveriam ser muito bem pagos... Tenho uma amiga que ganha uma "merreca" dando aulas e mais, os alunos não a respeitam. Ela é obrigada a passar todos de série e é isso que acontece: vão para a faculdade despreparados.
    E por falar em faculdade, várias matérias já foram excluídas co currículo porque os alunos não acompanham e as universidades precisam ganhar dinheiro. não é mesmo?

    Vi que vc mora em Minas. Sou de Santos. Um pouco longe para vir buscar o cachorrinho. Não é mesmo?
    Valeu por se interessar. espero que logo apareça um dono pra ele, pois já tenho um e não tenho como cuidar de dois, já que o meu está morrendo de ciúmes dele. rs

    um abraço

    ResponderExcluir
  9. Sim,
    o problema eh grave.
    Porem para os poderosos senhores politicos a situação da ignorancia facilita a eles o eterno poder de estar em cima da carne seca.E não me venha com discursos petistas porque não funciona.São iguaizinhos a qualquer um do pior partido que exista.Creio que a doença grave incuravel.A unica centelha que resta é saber que ainda existem algumas criaturas que são capazees de transcender tudo isto e ir adiante em sua existencia e viver bem a vida.

    ResponderExcluir
  10. Dinah
    Há alguns pontos que eu gostaria de analisar em seu texto.
    Primeiramente, não se pode generalizar, afirmando que todas as escolas públicas sejam uma porcaria, ou que todos os estudantes de escolas públicas sejam sem respeito, ou que estraguem classes, por exemplo.
    Sou professor municipal há 15 anos, em uma cidade pequena, no interior do RS. Só no último ano (2008), além de cerca de 1500 livros didáticos, 250 livros de literatura infanto juvenil, 240 livros a respeito de agroindústrias, 75 DVDs com material sobre as disciplinas, 5 computadores, 12 mil reais para adequar a escola à acessibilidade, material para estudantes portadores de necessidades especiais, uma TV LCD e um PC, recebemos um curso de 100 horas de aperfeiçoamento em informática, um curso de 120 horas de aperfeiçoamento em alfabetização, um curso de 120 horas de aperfeiçoamento em Matemática e um curso de 140 horas de aperfeiçoamento em Língua Portuguesa, tudo gratuitamente. Todos os professores de nossa escola tem curso superior e 90% tem especialização na sua área, tudo com auxílio dos governos municipal, e, principalmente, federal. Os investimentos em educação, em 2008, sofreram um acréscimo de 8 bilhões de reais, além do que é normalmente investido. Temos um novo plano de carreira do magistério e nossos salários têm tido aumento considerável nos últimos anos (tanto que já ganhamos mais do que os professores estaduais e estamos no mesmo patamar que os professores particulares).
    Acho interessante ressaltar que o governo federal tem investido muito, e que as escolas que se cadastram nos programas governamentais estão recebendo muito material e investimento. Mas isso depende do interesse e da informação de cada escola. De nossa parte, posso afirmar com convicção que as propagandas são reais. Basta que as escolas tenham boa vontade, o que nem sempre tem sido uma constante.
    Creio que, em vez deste discurso derrotista de que ganham pouco (sei que os salários de professores talvez não seja o ideal, mas em comparação com a grande maioria das profissões no Brasil isso é uma meia-verdade), de que as famílias não se importam, de que o governo não ajuda, os professores devem lutar pela valorização de sua classe com a arma que tem: a educação de qualidade, que é sua responsabilidade. Se não concordam com isso, há muitas outras profissões mais rentáveis e menos trabalhosas.
    Grande abraço e parabéns pelo Blog, está interessantíssimo!

    Blog do Prof Pedro – Dicas, entretenimento e muito mais!

    ResponderExcluir
  11. Só para completar: as escolas não são obrigadas a aprovar ninguém que não mereça. Não existe nenhuma lei que diga que os alunos devam ser aprovados sem condições. Este é um argumento de professores despreparados e descompromissados, que não querem ter o trabalho de avaliar corretamente seus alunos, muito menos o trabalho de fazer uma verdadeira recuperação. Culpam o governo por uma decisão própria, a de aprovar em massa para não ter trabalho. Em nossas escolas, reprovamos todos aqueles estudantes que não apresentam os requisitos mínimos para a série seguinte, e nunca tivemos problemas com isso.
    Quanto à falta de respeito, não creio que tenha muito a ver com a desestruturação da família. Tenho alunos de famílias muito desestruturadas que são maravilhosos em sala de aula, e outros cujas famílias seguem o estereótipo família-modelo e que não são tão bons assim. O respeito é posto pelo professor, com sua prática. É claro que o apoio da família é importante, mas na formação de hábitos como leitura, estudo, higiene. Porém o professor não pode ficar esperando que a família resolva este problema. O verdadeiro educador tem sucesso com qualquer turma, em qualquer escola. os "dadores de aula" só conseguem trabalhar com alunos "bonzinhos".
    Quanto às cotas (ou quotas), concordo que não são a melhor medida para resolver o problema, mas a curto prazo é uma solução para que os estudantes de escolas públicas possam entrar em universidades públicas. Não se pode esperar que um estudante que muits vezes não tem nem luz em sua casa e que trabalha o dia inteiro, indo quase morto para a sala de aula à noite possa concorrer com um aluno que passa o dia inteiro na Internet, viaja nas férias, passeia em lugares de cultura, como museus, teatros... tem tempo livre para assistir os melhores canais de televisão e, além disso, pode freqüentar cursinhos onde decora os conteúdos.
    Uma outra questão a ser analisada é que, se a educação pública é tão ruim, as escolas particulares não estariam fechando em massa no país inteiro. E as universidades públicas não seriam as melhores e mais procuradas do país.
    Ainda para colaborar: dos estudantes que iniciam um curso superior no Brasil, mais de 60% dos que concluem sem reprovação são oriundos de escolas públicas. Em média, estudantes de escolas particulares que são de classe média/alta começam entre dois e três cursos antes de terminar um deles, levando uma média de 7 anos para concluir um curso superior, seja na área que for.

    Blog do Prof Pedro – Dicas, entretenimento e muito mais!

    ResponderExcluir
  12. Juan
    Apelido: Juanito El Lueco Lueco

    Parabens, você falou e disse!

    E tem mais, tem alunos que são bagunceiros mas, que gostam de estudar, e que tem otimas ideias de projetos bons, que privilegiariam a escola, mas o DIRETOR, PROFESSORES e funcionarios de SECRETARIA, nem ligam, tratam esses alunos como se fosse um CACHORRO, e de raça VIRA-LATA, pra eles eu so um deles, tenho um projeto bom, mas, o pessoal nem liga, certo que eles ganham uma merreca, mas assim muitos desses alunos discriminados, acabam virando um marginal, (mas eu não penso nisso vou ser engenheiro mecanico.

    Um de muitos exemplos que eu poderia dar de como somos tratados:

    chamei o a ANTA do DIRETOR para mostrar o projeto mas ele nem ligou e porque o projeto ja ta esquematizado so falta o apoio dele.

    Desabafei Caramba AFFFFFFFFFFF..........

    ResponderExcluir

Vamos lá. Por favor, se seu comentário for apenas um "lol" ou algo do tipo "fiz minha obrigação, comentei", não comente. Comentários exigem conteúdo.